A Declaração Universal dos Direitos dos Animais diz que o animal que o homem escolher para ser seu companheiro nunca deve ser abandonado e que deve praticar a posse responsável. Mas cenários de lugares como o Campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará, Parque do Cocó, Parque Parreão, Bosque Eudoro Corrêa, entre outras praças, mostra que isso não acontece. Nesses locais, há uma grande quantidade de gatos abandonados à própria sorte.
Esse animais vivem doentes, com aparente perda de peso, feridas pelo corpo e expostos a sol e chuva. Dependem da solidariedade de pessoas do local, que se organizam para fornecer alimentação, medicamentos, entre outros. O serviço público de zoonoses faz visitas periódicas aos locais, mas não consegue dar conta da enorme demanda de bichos abandonada diariamente.
“O animal não tem culpa de ser abandonado. Essa semana mesmo deixaram uma gata que pariu quatro filhotes aqui dentro de uma caixa. Aqui no bosque, abandonam gatos e também cachorros. É muita crueldade, daqui a pouco tão abandonando gente”, disse a comerciante Evenir Vieira, que tem um box no Bosque Eudoro Corrêa, na Aldeota.
Ela é uma das pessoas que tenta melhorar a existência das dezenas de gatos que vivem por lá. “Quando eu posso, compro remédio, dou ração e ainda fico arranjando donos adotivos. Mas é difícil, o número de gatos só cresce”. Conforme ela, a carrocinha vem sempre, mas não consegue dar assistência porque são muitos animais.
Muitas pessoas se incomodam com a permanência dos gatos pelos perigos que oferece à saúde humana. Doenças como sarna, vermes como larva migrans, raiva, entre outras, podem ser transmitidas pelo contato com fezes e urinas dos gatos. Foi justamente esse perigo que encurtou o passeio do administrador de empresas João Carlos Pavão com a neta no bosque, um dos únicos espaços de lazer da Aldeota. “Quando me deparei com os gatos, desisti. O que nos preocupa é que a aparência dos gatos não é sadia”, disse.
No Parque Parreão, vizinho à Rodoviária, existe até o local de abandono. Conforme o porteiro Francisco Flávio Bernardo Farias, que trabalha num prédio próximo, é grande a quantidade de gatos desprezados diariamente. “As pessoas chegam nos carros e jogam os gatos em caixa ou sacos”, disse.
Paola Vasconcelos
Fonte: Diário do Nordeste
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