domingo, 25 de outubro de 2009

Prefeitura busca parceria para tirar gatos das praças



Para uns, os gatos abandonados em espaços públicos só trazem sujeira e incômodo. Na visão de outros, merecem cuidado e carinho. A Prefeitura está elaborando uma estratégia para organizar feiras de adoção com os animais.


Roberta Felix
Especial para O POVO
robertafelix@opovo.com.br

Eles já fazem parte da população das praças e parques da Cidade. No Bosque Eudoro Correia, conhecido como Praça das Plantas, na Aldeota, vivem cerca de 40 gatos abandonados, sujeitos a doenças e maus tratos. Mas que contam também com o esforço de pessoas dedicadas a alimentá-los e tratá-los. Segundo a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses, Evanisa Ventura, a Prefeitura está estudando uma estratégia para amenizar o problema dos animais abandonados em Fortaleza.

A Secretaria Executiva Regional II promoveu ontem uma ação de conscientização entre os frequentadores e vacinação antirrábica para os animais do local. Os que apresentavam sintomas de doenças foram recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses.

Segundo a coordenadora, a Prefeitura pretende fazer uma parceria com as entidades protetoras de animais para fazer feiras de adoção. Ela explica que os animais precisam estar vermifugados, vacinados e saudáveis. ``Só essa ação como a de hoje não vai resolver. A ideia é fazer parcerias com ONGs para conseguir espaços nos abrigos``.

A União Internacional Protetora dos Animais (Uipa) apoia as feiras de adoção e os tratamentos de saúde para os animais. A entidade realiza 200 castrações a baixo custo por mês. ``É uma questão de saúde pública. Mas o melhor para o controle da população de cães e gatos é a esterilização, que tem de ser feita pelo poder público``, argumenta a presidente da Uipa, Geuza Leitão.

A médica veterinária da SER II, Lúcia Caminha, observa que os gatos abandonados podem contrair raiva, Larva Migrans (bicho geográfico), toxoplasmose, sarna, verminose, inflamações nos olhos e orelhas, entre outras doenças. As pessoas podem se contaminar por meio do contato com a pele ou com a areia suja por fezes e urina, além de arranhões ou mordidas dos animais.

Entre as pessoas que frequentam e trabalham no local, há quem ajude os animais e quem queira ver a praça livre deles. Alguns se queixam do mau cheiro e dos restos de comida e fezes deixadas pelos gatos. ``Tem gatos demais, ficam todos doentes e sujam a praça. Deveriam levar para outro lugar``, diz a vendedora Joseni Soares, 34.

Quem ajuda os animais teme que outros façam alguma maldade com eles. ``Trazemos ração e água todos os dias e, quando eles adoecem, eu levo pro veterinário``, conta Evenir Vieira, dona de um dos boxes de venda de plantas. ``Eles não têm culpa de serem abandonados``, afirma.


Fonte: O Povo
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